Como uma Fênix, Norma renasceu e recentemente reabriu seu ateliê e escola de artes.

A noite de 19 de julho do ano passado foi um marco na carreira da artista plástica Norma Vilar, quando um incêndio destruiu seu ateliê e seu apartamento. Após dez meses, por meio da união de diversos amigos e entidades de Rio Preto, as cinzas e a destruição deram lugar às cores e à arte. Como uma Fênix, Norma renasceu e recentemente reabriu seu ateliê e escola de artes.

“Eu achava estava em um momento que deslumbrava uma fase de tranquilidade, quase que uma aposentadoria. E aí o fogo veio e falou ‘Norma, não você não vai parar, você vai recomeçar, você vai se reinventar ainda mais’”, conta Norma Vilar.

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O INCÊNDIO

O fogo que atingiu o prédio na noite de 19 de julho do ano passado começou em um forno usado para queima de cerâmica.

Norma acionou o Corpo de Bombeiros, que foi até o local, mas as chamas se espalharam rapidamente.

“Eles vieram, mas até conter o incêndio deu perda total. As chamas subiram e atingiram meu apartamento, que ficava na parte de cima. Destruiu tudo, mas são só coisas materiais”, afirmou a artista na época do incêndio.

REINVENTAR

Para a artista, o período após o fogo foi de aprender lições.

“Esse foi um tempo de aprender o gosto da palavra gratidão, de recomeçar e refazer tudo. Porque, depois de 38 anos trabalhando com arte, com toda a estrutura, eu me sentia um polvo no ateliê: eu esticava a mão pegava um pincel, esticava o pé (risos) pegava uma tinta. Tudo era muito funcional”, recorda.

“Eu tive que me readaptar com o que o fogo não levou, porque ele ainda foi bom, o fogo não levou tudo. No dia do incêndio, eu achei que eu iria ficar sem nada, e ele preservou ainda 30% do prédio e eu continuei trabalhando, mas não foi com o mesmo conforto que eu tinha, da forma que era”, completa Norma.

UMA NOVA ARTE

Ao analisar sua arte após o incêndio, Norma vê que mudanças podem ter acontecido.

“Antes do incêndio, eu trabalhava de uma forma que pulverizava mais, fazia uma diversidade maior. Agora, está mais essência: eu foco um tema, um assunto e aprofundo na mensagem daquele trabalho e faço com ainda mais profundidade. Penso que com o passar do tempo, isso vai revelar melhor”, comenta.

O espaço, de quatro andares, também foi modificado com a reforma. Enquanto o ateliê e a escola de artes foram para o primeiro piso, o segundo será um espaço cultural para receber exposições.

“Eu já fechei o cronograma para 2024 e comecei 2025. A cada 30 dias, o local vai receber uma exposição de um artista. Este ano, os artistas são alunos que estudam aqui na escola de arte. Então, em agosto, é a primeira exposição da Marisa Aiub. Inclusive, ela faria uma exposição individual na ‘Arte em Vórtice’, que teria a vernissagem no dia posterior ao incêndio”, conta Norma.

O espaço cultural, segundo Norma Vilar, deve receber diferentes ações de artes.

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“A ideia é que durante os períodos de exposição aconteçam transversalidades com outras formas de arte, como lançamento de livros, rodas de conversa, projeções de filme ou ações ligadas a gastronomia. A ideia é que o espaço fique aberto em horário comercial para que as pessoas vão visitar”, completa Norma.

Fonte

Salomão Boaventura
Guilherme Baffi 22/5/2024