Em Rio Preto, lojas especializadas e ateliês particulares se tornaram um elo fundamental entre os criadores e o público, sendo o principal ponto de referência para o colecionador ou amante da arte.

André Celloni abriu a galeria Arello Decor, localizada na avenida Alberto Andaló (Guilherme Baffi 16/12/2022)

O mundo da arte em Rio Preto está cada vez mais ganhando destaque e relevância. Felizmente, a cidade conta com algumas galerias particulares, onde os artistas expõem e comercializam o seu próprio trabalho e de outros autores, além de lojas especializadas, que desempenham um papel essencial no campo artístico.

Sem as galerias de arte, os trabalhos que os artistas imaginaram e concretizaram não estariam facilmente nas mãos dos espectadores que, desta forma, têm a oportunidade não apenas de contemplar como também adquirir as obras de diversos artistas, inclusive renomados, de forma segura, pois os itens geralmente têm certificados verificáveis de autenticidade. Além disso, as galerias costumam ter consultores especializados no local, que podem sugerir obras e nomes de artistas com critérios além do simples gosto.

Exemplo disso é a Arello Decor, localizada na avenida Alberto Andaló, inaugurada no mês de dezembro, em Rio Preto. Com dois andares, a loja oferece aos clientes o que há de mais moderno e atual no segmento da arte, com quadros, molduras e outros artigos de decoração como esculturas, papéis de parede, espelhos e tapetes, entre muitos outros. O espaço conta com uma galeria de arte, dedicada para promover o trabalho de artistas, tanto locais quanto de fora.

“Estamos completamente antenados e conectados com o que há de mais novo e com as principais tendências do mercado de decoração. Visito anualmente as principais feiras e eventos dedicados ao setor, como a Feira de Milão e CASACOR, em busca de informação e atualização para levar aos clientes”, afirma o proprietário André Celloni. Esta é a segunda unidade da loja, cuja matriz fica em Araçatuba, com atuação na região e também em outros estados do país.

Arte impressa.

Com a missão de tornar a arte mais acessível e uma proposta inovadora, a Urban Arts, franquia de galerias de arte, chegou a Rio Preto em 2021, na Redentora, buscando, principalmente, oferecer um espaço para que os artistas independentes tenham a oportunidade de divulgarem seus trabalhos (fotografia, ilustração, pintura artística, colagem, entre outras). Seu acervo conta com cerca de 250 mil obras assinadas por mais de 9 mil artistas parceiros, que estão à venda no site e nas mais de 30 galerias espalhadas pelo Brasil.

E não é à toa que o slogan da marca é “Espalhando arte, revelando artistas, formando colecionadores”, pois, a ideia é justamente transformar a vida de muitos clientes e artistas, que hoje vivem desse trabalho e que merecem reconhecimento e valorização. “É um privilégio para o artista e para a cidade ter um espaço adequado, inclusivo e incentivador dedicado à exposição, apreciação, revelação de novos artistas e comércio de artes, pois busca tornar a arte mais acessível formando novos públicos”, afirmam os proprietários da franquia, Paola Leonardi e Paulo Vitor Leonardi.

A importância dos espaços para os artistas.

A artista plástica Norma Villar inaugurou sua galeria em 2007

Entre 2007 e 2013, a artista plástica Regina Cheida teve sua galeria de arte, em Rio Preto, aberta para outros artistas, vindos de diferentes regiões do Brasil, além da Argentina e Peru, mas desde 2014, devido à alta demanda, tem se dedicado apenas em representar suas próprias obras em sua galeria, que se estendeu ao restauro de obras de arte, mudando nome para Galeria de Arte e Restaurações Regina Cheida.

“As galerias de arte que se destacam com respeitabilidade no mercado de arte norteiam a importância dos artistas que compõem o seu quadro de expositores, inserindo-os no mercado com a indicação do próprio curador”, afirma.

Com obras distribuídas em diferentes países, a artista plástica Norma Vilar é proprietária da Galeria e Escola de Arte Norma Vilar, inaugurada em 2007. Ela considera importante para o artista poder expor seus trabalhos em galerias, pois, além de receber as obras e comercializá-las, elas também consolidam a carreira e a jornada do artista.

“As galerias de arte são importantes porque tornam o artista cada vez mais forte nesse circuito, reunindo suas obras, organizando e realizando amostras e exposições, fazendo conexões para que suas obras cheguem até museus e outras galerias importantes, além de atuar como ponte para exposições internacionais”, diz Norma.

Quem também reforça a importância das galerias de arte é a artista visual Patrícia Reis Buzzini, que já participou de várias exposições apresentando seu trabalho, com esculturas criadas utilizando papel e livros antigos. “Como artista visual, percebo que a cidade tem um potencial enorme, visto a quantidade de artistas renomados na cidade. Contudo, faltam galerias especializadas, voltadas para curadoria, suporte, venda, promoção, precificação, e organização de exposições, para que o público e eventuais colecionadores tenham acesso ao trabalho do artista”, afirma.

Para o artista plástico Marcelo Lopes, que tem em sua galeria um acervo que com mais de 2 mil obras de arte, as galerias funcionam como uma vitrine para o trabalho dos artistas. “É a vitrine. Elas divulgam as obras do artista e dão oportunidade para que ele possa produzir sabendo que o seu trabalho será visto, e isso o motiva a continuar, a seguir uma série, a ficar mais conhecido”, diz. A Galeria de Marcelo Lopes também funciona como atelier, escola de artes e antiquário, onde expõe e vende, não apenas as suas obras, como também o trabalho de diferentes artistas.

Luciana Vinha – Fonte

Paola Leonardi e Paulo Vitor, da Urban Arts, com obra do fotógrafo Robério Braga (Guilherme Baffi 13/12/2022)