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A Galeria de Arte Norma Vilar, em Rio Preto, recebe na noite desta sexta-feira, 15, a vernissage da exposição “Ceranímico”. Composta por 100 obras – entre esculturas em cerâmica, em papel e telas criadas por 18 artistas plásticas da cidade – a exposição é uma homenagem ao professor e artista plástico Sérgio Motta, que morreu ano passado. A mostra fica aberta para visitação até o dia 28 de julho.
Membro da Academia Rio-Pretense de Letras e Cultura (Arlec), Motta deixou um legado na cultura da cidade. “Ele foi, e ainda é, luz para minha vida e luz na vida de muitas pessoas. Não só nas artes plásticas, mas na literatura, ele transformou a vida de muitas pessoas, desmistificou. Com muita simplicidade, ele deixava tudo transparente e fluido. Algo que, para mim, parecia tão complexo, ele deixava de uma forma serena e suave”, diz a artista plástica Norma Vilar, organizadora e curadora da exposição.
Segundo Norma, o nome “Ceranímico” foi criado pelo homenageado para se referir ao grupo de ceramistas do qual faziam parte. “O nome significa ‘Cerâmica da Alma’. Toda sexta-feira à tarde, nos encontrávamos para treinar cerâmica, que é um universo singular, cheio de desafios. Era um convívio muito harmonioso e saudável. Ele batizou esse grupo, que também era composto pelo Tadeu Guerra e pela Mara Chiavegatti, ceramistas que atuam em Rio Preto”, explica.
Obras das artistas já estão expostas na Galeria de Artes Norma Vilar, localizada no bairro Santos Dumont (Guilherme Baffi 14/7/2022)
A escritora e tradutora Patrícia Reis Buzzini se apaixonou pelo universo da escultura em papel e leva três obras para “Ceranímico”, sua primeira exposição. “Meu projeto de escultura em papel é um reflexo da minha experiência com a literatura e a poesia, que agora ganha novas formas e possibilidades de expressão. Estou muito feliz pela oportunidade de apresentar meu trabalho publicamente, principalmente por ser um local tão renomado como a galeria da Norma”, conta.
Com três esculturas, a funcionária pública municipal Luci Mara Ribeiro também expõe suas esculturas de cerâmica pela primeira vez. “Eu não tive o prazer de conhecer o Sérgio, mas as lembranças deixadas por ele na escola de artes são muito fortes. Por isso, escolhi a estátua ‘Mãe-Abraço’, que representa força, acolhimento e comprometimento, que era o que ele representava para todos que tiveram o privilégio de desfrutar da sua companhia”, conta.
Em pé, a partir da esquerda: Vera Tebar, Donitila Gestal, Olga Faria, Luci Mara Ribeiro, Juliana Fabrini, Rosangela Alves, Regina Garbellini, Leticia Cordeiro (cantora Gospel). Sentadas, a partir da esquerda: Maria Elisa Barbosa, Patrícia Reis Buzzini, Norma Vilar, Marisa Aiub e Deise Costa (Divulgação/Beatriz Costa)
Norma conta que a abertura da exposição contará com uma apresentação musical. “A cantora gospel Letícia Cordeiro vai cantar três músicas. Uma delas, a letra é sobre o universo da criação, o universo das artes plásticas”, diz.
“Nous”
Simultaneamente, a galeria recebe a mostra individual “Nous – cada mulher, uma joia”, da artista joalheira Juliana Fabrini. Com dez bustos femininos, cada um acompanhado de uma joia, as obras de Juliana trazem a feminilidade e dialogam com todas as “cerâmicas da alma”. “Como sou ceramista e designer de joias, tudo foi muito intuitivo. Tento retratar, com bustos nus e seios diferentes para cada uma delas, nós, mulheres, com diferentes histórias e realidades. Isso traz a ideia que cada mulher é única, uma joia”, afirma. Todas as joias criadas por Juliana são feitas a partir de reaproveitamento de objetos antigos ou criativos, em um processo conhecido como “upcycling”.
Serviço
A exposição “Ceranímico” acontece de 15 a 28 de julho, em horário comercial, na Galeria de Artes Norma Vilar (Rua Raul de Carvalho, 3995, Santos Dumont).
