“Nada melhor do que a arte para falar da morte.” Assim o semioticista, poeta e ensaísta Aguinaldo José Gonçalves define o seu novo livro, “Questões Indeléveis da Morte”, que será lançado nesta sexta-feira, 25, a partir das 18h, na Galeria de Artes Norma Vilar, em Rio Preto. Dos sete capítulos da obra, o último foi escrito, a convite, pelo médico e professor da Famerp Moacir Fernandes de Godoy, especialista em teoria do caos aplicada à medicina.
Mestre e doutor em letras, Aguinaldo Gonçalves explica que a ideia de escrever um livro sobre morte surgiu enquanto era professor de Semiologia Humana na Faculdade de Medicina de Rio Preto, a Famerp. “Eu lidava muito com a questão da morte e isso me levou a imaginar o livro. Tive a ideia de criar uma obra baseada na arte porque é o que eu entendo. E pela arte eu chegaria à morte”, explica. “Por isso, em geral as introduções dos capítulos têm alguma coisa da arte. E, apesar de falar da morte, não tem o negativismo”, diz.
A transversalidade entre arte e literatura, presente no livro “Questões Indeléveis da Morte”, chamou a atenção da artista plástica Norma Vilar, que cedeu a galeria para o evento de lançamento. “Sempre gostei da arte conversando com outra forma de expressão artística. E o Aguinaldo tem um trabalho ligado à artes plásticas, pois ele é um crítico de arte”, destaca.
Estímulo
O cerne da obra foi o primeiro capítulo, com o título original de “A Sétima Instância da Morte”, publicado pela Revista USP (da Universidade de São Paulo), em 2010. Na época, o texto chamou a atenção do jornalista e crítico de cinema brasileiro Luiz Carlos Merten.
“Aguinaldo Gonçalves poderia levar seu texto à Semana Bergman, em Faro, e daria uma bela lecture”, escreveu Merten na edição de julho de 2010, no caderno de Cultura do jornal O Estado de S.Paulo. “Aguinaldo reflete sobre alguns aspectos da morte e o seu texto, como ele diz, poderia ser intitulado ‘A Primeira Instância da Vida’”, comentou na época.
E foi justamente essa “primeira crítica”, feita por Merten, que estimulou Aguinaldo a concretizar o livro que será lançado nesta noite pela Editora Appris. “De repente, o crítico do jornal O Estado de S. Paulo, que não gosta de revista acadêmica e, inclusive, ia jogar o exemplar fora, leu o artigo e adorou. Isso foi bem bacana e me estimulou mais ainda a publicar o livro, porque eu não sou psicólogo, não sou psiquiatra e não sou filósofo. Foi um foro íntimo escrever sobre a morte. Eu não pesquisei. Ele nasceu. Por isso me apeguei à arte como estímulo”, explica Aguinaldo.
Serviço
Lançamento do livro “Questões Indeléveis da Morte”, nesta sexta-feira, 25, a partir das 18h. Galeria de Artes Norma Vilar (rua Raul de Carvalho, 3995 – Santos Dumont).
Teoria do caos encerra a obra
No uso habitual da Língua Portuguesa, o termo “caos” costuma receber uma conotação negativa, ligado a desordem, confusão ou desorganização. No entanto, no último capítulo do livro “Questões Indeléveis da Morte”, o médico e professor da Famerp Moacir Fernandes de Godoy explica que “é digna de nota a menção do Caos como sendo gerador e não destruidor, uma vez que aparece como elemento inicial de tudo que se segue.”
Especialista em teoria do caos aplicada à medicina, Godoy foi convidado pelo autor, Aguinaldo Gonçalves, a apresentar a teoria do caos se tratando da morte.
“Nunca fiz um livro em parceria com alguém. É raro na universidade, ainda mais na Faculdade de Medicina, uma conjunção de ideias entre as pessoas. E eu gosto muito do Godoy. Ele é muito inteligente. Então, fiz o convite e ele muito agradavelmente aceitou”, afirma. “Contraria um pouco do que eu fiz nos outros seis capítulos, mas não faz mal. É para isso mesmo.”
Segundo Godoy, o caos é abordado ao longo do texto “como algo criador e organizador e como verdadeiro e adequado processo de manutenção da vida.” (RF)
Galeria Norma Vilar é repaginada para o evento
Mais do que ceder sua galeria para o lançamento do livro “Questões Indeléveis da Morte”, a artista plástica Norma Vilar vai repaginar o espaço com obras relacionadas à teoria do caos.
A inspiração para este novo trabalho veio do co-autor da obra, o médico e professor da Famerp Moacir Fernandes de Godoy, especialista em teoria do caos aplicada à medicina.
“Quando o Moacir Godoy visitou a galeria para conhecer o espaço, ele me mandou algumas imagens inspiradoras. São figuras que se obtêm da avaliação do coração em pessoas saudáveis, idosas, crianças, prematuros ou em casos de morte cerebral. É interessantíssimo”, destaca Norma.
“Resolvi separar alguns trabalhos e pintar novas obras dialogando com esses gráficos que ele me mandou. Portanto, vou expor obras inspiradas nos batimentos cardíacos, cujo gráfico fica com efeito de caos”, explica. (RF)
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